Frank nasceu nas ruas movimentadas de Paris, França. Pequeno, de pernas curtinhas, focinho amassado e um olhar determinado, ele vivia embaixo da Torre Eiffel, entre turistas e artistas de rua. Apesar de não ter um lar, Frank nunca se sentiu solitário — seu espírito era aventureiro, e sua coragem, lendária.

Quando a noite caía e trovões ameaçavam o céu, era possível ouvir seus latidos ecoando pelas ruas — tão fortes que pareciam responder à tempestade. Por isso, ficou conhecido como "le chien du tonnerre", o cachorro do trovão.

Frank enfrentou dias difíceis, mas também fez amizades incríveis com pombos, ratinhos de chapéu e até um gato malabarista.

Um dia, enquanto corria animado atrás de um balão vermelho flutuando pelas margens do rio Sena, tropeçou e caiu nas águas geladas. Sem hesitar, começou a nadar com toda a força que tinha. A correnteza era forte, mas seu coração era mais forte ainda.

À medida que nadava, um redemoinho luminoso se abriu nas águas — um portal mágico que só se revelava para criaturas de bom coração. Frank foi sugado por ele… e tudo ficou escuro.

Quando abriu os olhos, estava deitado em uma areia macia, com o som das ondas e o céu mais azul que já tinha visto. Confuso, ele se levantou sacudindo a água, quando apareceu uma criatura pequena e curiosa: Norberto, o Gecko.

— Que tipo de animal é você? — perguntou Norberto, de olhos arregalados.

— Sou um Pug… lá de Paris! — respondeu Frank, firme. — Mas não se engane com meu tamanho. Eu posso ser pequeno, mas não sou de fugir fácil!

Em poucos minutos chegaram outros habitantes da ilha: Capitu, a Capivara, Cathy, a Lagarta e Elly, a Raposa. Todos encantados com o novo visitante. Mas foi Cida, a Tartaruga, quem deu um passo à frente, com um sorriso gentil e voz acolhedora:

— Seja bem-vindo, Frank. Corações valentes sempre encontram o caminho até a Ilha Articulóide.

Desde então, Frank passou a viver ali, explorando trilhas, protegendo os amigos e mostrando que, às vezes, o maior trovão vem do menor dos cães.

Coleção 02