Celeste, a Python Medrosa

Celeste nasceu em uma floresta úmida e profunda, entre folhas caídas e galhos retorcidos. Ela era parte de uma ninhada numerosa de pítons, todos de escamas escuras e olhos penetrantes. Mas Celeste... bem, ela era diferente.

Suas escamas eram amarelas como o sol da manhã, brilhando em meio à sombra da floresta. Era uma python albina, rara, linda — mas por isso mesmo, sempre se sentiu exposta. Enquanto seus irmãos se camuflavam com facilidade, ela brilhava como um farol. Isso fez com que vivesse sempre em alerta.

Desde pequena, qualquer estalo no mato fazia Celeste se encolher, qualquer sombra mais rápida a fazia se esconder. Seus irmãos riam, diziam que ela era "medrosa demais para uma cobra".

Mas Celeste não se importava. Ela preferia observar, estudar os caminhos, entender o que estava à sua volta. Aprendeu a se mover com extrema cautela, a ouvir até o menor sussurro do vento. Se o medo a acompanhava, também a tornava mais atenta, inteligente e reflexiva.

Um dia, assustada por um rugido distante, ela deslizou floresta adentro, tentando se esconder em um arbusto espesso. Ali, tremendo, sussurrava para si mesma:

— Você está segura, você é forte… você é só… diferente.

Um dia, ouviu passos pesados e o chão começou a tremer. Um enorme triceratopes se aproximava — sem olhar onde pisava! Celeste arregalou os olhos e, num ato de puro instinto, gritou com toda a força que não sabia que tinha.

O grito surtiu efeito. O triceratopes travou o passo no último segundo, o casco erguido no ar. Celeste se encolheu, tremendo.

Mas, ao invés de raiva, o grandalhão se abaixou. Tinha olhos gentis. Fubá pediu desculpas — com a voz mais grossa e doce possível — e ficou ali, esperando que Celeste saísse do arbusto.

Curiosos um com o outro, começaram a conversar. Aos poucos, nasceu uma amizade improvável: Celeste ajudava Fubá a ser mais atento e cuidadoso, e ele, com paciência e proteção, mostrava que o mundo não precisava ser tão assustador.

Coleção 02

Articulóides

Articulóides é um brinquedo desenvolvido e fabricado pela empresa TaForaDoAr em Curitiba - PR.