Nas margens dos rios tranquilos do Paraná, vivia Capitu, a Capivara. Ela adorava passar os dias nadando, tomando sol e explorando os campos ao lado de sua melhor amiga, uma Gralha Azul de penas brilhantes e olhar atento.

— Capitu, um dia você ainda vai longe! — brincava a gralha, sempre pousada em seu dorso.

A capivara ria. Ela gostava de seu lar, mas sentia uma curiosidade crescente sobre o que existia além dos rios e matas.

Um dia, enquanto nadava no rio, foi surpreendida por uma forte correnteza. O fluxo aumentou de repente, e Capitu tentou nadar contra, mas a água era mais forte.

— Capitu! Segure firme! — gritou sua amiga, voando ao seu lado.

Mas antes que pudesse reagir, a corrente a puxou para um caminho desconhecido. A última coisa que viu foi a silhueta da gralha no céu antes de ser arrastada para o oceano.

Depois de muito tempo flutuando, as águas finalmente a levaram até uma ilha diferente de tudo que já tinha visto. Exausta, arrastou-se para a areia e respirou fundo.

Foi então que ouviu passos.

Cida, a tartaruga tranquila, aproximou-se seguida por Norberto, Costelinha, Judite, Ferdinando, Elly e Cotoco.

— Você está bem? — perguntou Cida, gentilmente.

Capitu se levantou devagar e olhou ao redor. Era um lugar novo, mas ela sentiu que poderia se encaixar ali.

— Eu sou Capitu… e acho que o rio me trouxe até aqui.

Norberto, curioso como sempre, subiu em uma pedra e perguntou:

— De onde você veio?

Capitu sorriu, orgulhosa:

— Do Paraná! Terra das capivaras e da Gralha Azul!

Cida assentiu com um olhar compreensivo.

— Então, talvez esta ilha seja seu novo lar. Bem-vinda à Ilha Articulóide.

E assim, Capitu se juntou ao grupo. Ela trouxe consigo a paciência e a tranquilidade das capivaras, sempre encontrando soluções calmas para qualquer problema. Mas no fundo, nunca esqueceu sua amiga Gralha Azul, que, quem sabe um dia, poderia reencontrar.

Coleção 01